É verão em Sydney e a cidade está entupida de turistas. As
praias estão cheias de pessoas de todas as partes dos planeta. Ouço sotaques
diversos nos pontos de ônibus em Bondi Beach ou andando na George St., uma das ruas mais movimentadas da City, o centro financeiro da cidade.
Os restaurantes enchem-se de grandes grupos, confraternizando e se despedindo do ano que já se vai. E é aí que o chef trabalha até o limite.
Não é fácil conciliar o trabalho com o curso puxado, mas a
missão foi cumprida.
Na segunda semana de dezembro, quando realizei as minhas
últimas e mais dificeis provas do curso, dois cozinheiros do trabalho abandonaram o
barco e nos deixaram na mão numa sexta-feira.
Desculpem o linguajar informal, mas chef que é chef tem
que sangue no olho. Encaramos o serviço pesado, sem cometer erros e em completa
harmonia.
É recompensante trabalhar duríssimo e não ter sequer um prato retornando para cozinha, seja por erro do ponto da carne ou porque a comida estava fria. Nada faltou, tudo no seu devido lugar. Mise en place.
É recompensante trabalhar duríssimo e não ter sequer um prato retornando para cozinha, seja por erro do ponto da carne ou porque a comida estava fria. Nada faltou, tudo no seu devido lugar. Mise en place.
Isto exige muita
meticulosidade e prática. É a vantagem de fazer parte da equipe da linha Le Cordon
Bleu. Em breve até o nosso ajudante de cozinha, um coreano, iniciará também o curso. Isto nos fará ainda mais coesos e com objetivos cada vez mais comuns: a satisfação extrema
do cliente, o cuidado com o ingrediente, a delicadeza das apresentações e, principalmente, um alto standart de
qualidade.
Depois de toda a correria, veio uma gorda recompensa! A primeira
semana de janeiro foi de descansso, praia e curtição. O restaurante fechou por 7
dias e fiquei de ferias do curso. Isto tudo depois de um Reveillon
inesquecível sob a famosa Sydney Harbour Brirdge, em Milson´s Point, assistindo de camarote à queima de fogos e
gozando um sentimento generalizado de paz, renovação de missão cumprida.
Nada planejado, nem as férias, nem passar o Reveillon na Harbour
Bridge, com a bela visão da Opera House. Trabalhei tanto e de tal jeito que não deu
tempo de planejar. Simplesmente aconteceu e aproveitei ao máximo.
Mas acabou o descanso e estou de volta para minha brigada e para as panelas. E
em breve retornarei ao curso, no dia 29
de janeiro.
Um longo caminho pela frente para um chef que nunca deixa de
ser aprendiz.
Do jeito que você descreveu parecia que eu estava em Sydney no dia 31.12.Parabéns por você saber se expressar com tanha facilidade.
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