Minha relação com a cozinha e gastronomia é antiga. Sou de uma familia grande, unida e
tradicionalmente festiva. Todas as datas mais importantes são celebradas com
muita comida e bebida. São dezenas de aniversários, quase uma media de 1 um por
fim de semana. Todas as datas mais importantes do ano eram celebradas com
fartas mesas e copos cheios. Minha memória se enche de aromas e sabores que se
misturam com outras sensações e sinto suspiros de saudades.
Minhas avós eram exímias quituteiras- por parte de mãe, vó Lourdes e seu inesquecível
doce de banana; por parte de pai, vó Dilce e seus mingaus e ambrosias. Minha
madrinha é uma cozinheira de mão cheia e meu padrinho um gourmand. Deles herdei os
genes gastronômicos, sem dúvidas.
Meus pais sempre foram workoholics. Minha mãe só ia para
cozinha em ultima instância, geralmente aos domingos a noite, quando as
secretarias do lar estavam de folga. E era eu, entre os 4 filhos, que primeiro me disponibilizava a ajudar no
preparo destas raras e práticas refeições por ela preparadas. Lembro das
rabanadas, dos hot dogs (com melhor molho do mundo!), hamburgueres, sanduiches
prensados. Era divertido entrar em contato direto com os ingredientes e transformá-los em algo gostoso. E, acima de tudo, poder usar uma grande faca de cozinha, objeto proibido para mim naqueles tempos.
Dos meus pais herdei a raça e vontade de trabalhar duro e
assim crescer na vida, dentre outros valores.
Não posso deixar de citar minhas raízes negras,
provindas da relação de vida inteira com
Valdete, cozinheira de primeira, que há mais de 34 anos cozinha para minha
família. Talvez uma das minhas maiores referências na cozinha. Seu conhecimento
acerca de cozinha baiana, principalmente a de terreiro, é infinito. E eu zanzava
quase que diariamente na cozinha dela, curioso que sempre fui, observando o seu jeito mau humorado de
cozinhar, de preparer os seus temperos secretos e, principalmente, roubar as raspas dos potes
e panelas.
Tem até uma história de que uma vez me escondi dentro do
forno da casa de uma tia e ninguém me achou por horas. Era um prenúncio de uma
relaçao profunda com a cozinha.
Eu já era um chef em construção e não sabia.
Cozinhar é uma diversão para mim.Como sua dinda fico muito feliz por fazer parte de sua vida e como você diz na crônica ter lhe influenciado na escolha da gastronomia.
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